INÍCIO

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

CONFIRA SUAS INCOERÊNCIAS (JUN/96)

A seguir, veremos alguns dos posicionamentos do político Fernando Henrique Cardoso, como social-democrata que dizia ser, antes de assumir o governo, destacados do seu livro ‘Social-democracia’. Confira:
1 – “Um social-democrata coerente não vai nunca compactuar com qualquer forma de ditadura, mesmo que a ditadura venha enrolada na bandeira de mudança social.”
2 – “Os sociais-democratas querem fazer as suas propostas avançarem pelo convencimento, não pela imposição.”
3 – “Igualdade real, para o social-democrata, significa salários crescentes e oportunidades iguais de crescer e se desenvolver como ser humano para todos os trabalhadores e filhos de trabalhadores.”
4 – “A social-democracia não aceita, por outro lado, a tese do ‘quanto menos governo melhor’. Primeiro porque nem sempre as leis do mercado e da livre concorrência são capazes de harmonizar automaticamente os interesses particulares e o interesse geral da sociedade... Segundo e mais importante, o estado, para a social-democracia, tem responsabilidades diretas em relação ao bem-estar social. Além de melhores salários, a elevação do nível de vida dos trabalhadores requer leis de proteção do trabalho e serviços públicos eficientes e acessíveis a todos nas áreas de saúde, educação, previdência, transportes coletivos etc. Os maiores avanços nesse sentido nos países capitalistas desenvolvidos foram conseguidos através do estado...”
5 – “O capitalismo exalta a liberdade individual, promove a competição e com isso estimula a eficiência na produção e o progresso tecnológico. Ao mesmo tempo, empobrece as relações pessoais, isola o indivíduo, concentra a riqueza, agrava as desigualdades sociais e até hoje condena grande parte do povo ao desemprego e à miséria, mesmo nos países mais desenvolvidos – isto para não falar das tremendas desigualdades entre as nações.”
6 – “O governo e as empresas, ao planejar a introdução de novas tecnologias, precisam levar em consideração o impacto de suas decisões sobre o nível do emprego. Os trabalhadores e seus representantes devem ser ouvidos, não para frear o progresso, mas para evitar o desemprego e garantir a recolocação dos trabalhadores dispensados. Mais importante: é preciso assegurar a todos acesso ao mercado de trabalho. E isto, no mundo de hoje, depende fundamentalmente do acesso à educação.”
7 – “Do ponto de vista da social-democracia a igualdade do acesso à informação e aos meios de comunicação é tão essencial a democracia, no mundo de hoje, quanto o pluralismo partidário e eleições livres.”
8 – “Democracia econômica não quer dizer apenas mercado livre, mas cidadãos livres, informados e organizados para defender os seus interesses diante das empresas e do estado. No mundo de hoje, os freios e contrapesos democráticos são exercidos cada vez mais por entidades que não são propriamente estatais nem privadas: sindicatos, associações de consumidores e de defesa do meio ambiente, e opinião pública, universidades, igrejas, comunidades locais, etc. É com a participação dessas entidades nas decisões que a social-democracia conta, antes de tudo, para garantir a subordinação do poder econômico à sociedade.”
9 – “Além disso, para que um plano de ajuste da economia funcione, vai ter que sacrificar quem até hoje foi poupado: os mais ricos, dentro do Brasil, e os credores da dívida externa, que naturalmente vão resistir a isso.”
10 – “Ser social-democrata é ter compromisso com a verdade... Mas ser social-democrata é antes de tudo ter compromisso com os trabalhadores. Por isso a atitude básica dos social-democratas brasileiros diante da crise só pode ser a de lutar para que o custo do combate à inflação não caia, como sempre, nas costas dos assalariados.”
11 – “Mas há coisas fundamentais que o governo pode e deve fazer para elevar a renda dos trabalhadores. Pode respeitar a autonomia dos sindicatos e o direito de greve, para que as negociações sejam realmente livres. Pode garantir a reposição correta da inflação, para que os trabalhadores concentrem suas energias na luta por aumentos reais. Pode aumentar gradualmente o salário mínimo, com reajustes maiores do que a média, para diminuir a distância entre os salários mais altos e os mais baixos.”
12 – “Pode-se pensar em justiça social no Brasil sem resolver o problema dos sem-terra? Decerto que não. A reforma agrária é, antes de tudo, um meio de promover a justiça no campo. O Brasil não pode tolerar que grandes extensões de terra férteis fiquem improdutivas enquanto milhares de agricultores sem-terra ou com pouca terra são condenados à miséria.”
13 – Desde a década de 1930, o estado assumiu um papel preponderante no desenvolvimento econômico do Brasil. Se hoje o estado está endividado, falido, é porque nos últimos cinquenta anos, em nome do desenvolvimento, ele transferiu maciçamente recursos do conjunto da sociedade para grupos privados – diretamente, através de todo tipo de subsídios, incentivos e concessões, e indiretamente, pelo fornecimento de produtos e serviços das empresas estatais a preços artificialmente baixos.”
Bem, destaquei do meu ponto de vista as 13 principais ideias que refletiam o posicionamento político do ex-senador socialdemocrata, Fernando Henrique Cardoso.
Como senador era assim que se posicionava, em relação ao governo. Mas, é assim que o presidente FHC tem agido? Por exemplo, ele dizia que “a elevação do nível de vida dos trabalhadores requer leis de proteção ao trabalho... Os maiores avanços nesse sentido nos países capitalistas desenvolvidos foram conseguidos através do estado.” Todavia, não é isso que tem acontecido em seu governo. Muito pelo contrário. As leis que garantem proteção ao trabalho estão sendo eliminadas. Mesmo sabendo-se que, no Brasil, os trabalhadores não são bem organizados, com raras exceções, e, por isso não têm poder de barganha para garantirem uma vida digna.
Será que agora o presidente FHC acha pouco os “cinquenta anos em que o estado transferiu maciçamente recursos do conjunto da sociedade para grupos privados”?
Analise cada uma das suas ideias. Ora, se ontem, fora do governo, o político FHC dizia uma coisa, e, hoje, no governo, FAZ EXATAMENTE O QUE DIZIA SER ERRADO FAZER e NÃO FAZ O QUE DIZIA SER CERTO FAZER, em algum momento ele está faltando com a verdade. Você não acha?
Acredito que os cidadãos brasileiros, após essa análise, são suficientemente espertos para discernirem qual é o momento da verdade.
Pense, analise, raciocine... Não se deixe enganar. 



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